Postado originalmente por
Call and Response
Postado originalmente por
ekalil
Postado originalmente por
Call and Response
Ainda sobre as vaias, o grande problema é a cultura extremamente futebolística que nós temos. No futebol praticamente tudo é permitido, quem não se lembra da torcida do Grêmio cantando "O Fernandão morreu.."?
A grande chance de educar o público e apresentar o comportamento esperado em outros esportes foi durante o PAN em 2007. Como foi um evento menor, o debate ganhou bem menos destaque na mídia, porém, naquela época já se comentava sobre o mau comportamento da torcida brasileira. Não houve nenhum tipo de trabalho específico e, como era de se esperar, 9 anos depois o problema ganhou proporções bem maiores.
O lado triste de tudo isso é saber que em 2024, se as Olimpíadas fossem realizadas novamente no Brasil, tudo seria exatamente igual.
Mas será que isso é mesmo tão ruim? Eu acho que a cultura do país está acima da cultura do esporte em si.
Pra dar um exemplo: no futebol americano é normal pedir tempo no exato momento que o kicker vai chutar um
field goal decisivo. O objetivo é colocar mais pressão no cara fazendo ele chutar de novo (o tempo é pedido quando ele já tá praticamente chutando, entao muitas vezes ele acerta, mas não vale). Isso é parte da regra e é totalmente aceito.
Na disputa de pênaltis contra a Suécia a hope solo fez algo bem parecido. Pediu pra trocar a luva no último pênalti. Teve gente que achou absurdo, mas li alguns artigos aqui achando até genial a atitude dela.
Ainda nos eua, eh normal a tática de fazer falta no pior arremessador de lances livres do time no final do jogo. Isso é bastante criticado, mas continua sendo usado. Isso sem falar nas coisas absurdas que fazem atrás da tabela quando o cara vai chutar lance livre.
Enfim, o mesmo país que faz tudo isso passando a imagem de que vale tudo pra vencer fica de mímimi pq vaiavam a mina do vôlei de praia quando ia sacar? Po, não faz muito sentido pra mim.
Se está errado, sim. A cultura do país não deve ser a justificativa para tudo. Se fosse assim, ninguém deveria discutir como as mulheres são tratadas em países muçulmanos, afinal, é a cultura deles.
Os exemplos que você apresentou devem ser analisados sob o ponto de vista ético. Teoricamente, eles não estão mostrando desprezo ou desrespeitando o outro lado, apenas usando as brechas que o regulamento permite. É como a cera no futebol. Cabe aos árbitros, se necessário, tomar alguma medida para coibir isso. É uma função especial atribuída a eles. No caso da vaia, não há controle. O árbitro pode pedir a colaboração da torcida e nada mais.
Assista aos principais jogos de tênis dessas Olimpíadas e você vai ver como os árbitros tinham que pedir silêncio a cada dois pontos. Tudo isso devido a comemorações exageradas ou vaias fora de hora.
Esportes coletivos tendem a ser um pouco mais flexíveis nesse aspecto, no entanto, na maioria absoluta dos esportes olímpicos simplesmente não há espaço para isso. Como mencionei em outro post, a vaia contraria a ideia de olimpismo, desrespeitando, em alguns casos, não somente o adversário, mas a nação que ele representa.