Postado originalmente por
manowar200
achei esse blog:
Arenas: O mundo das selfies, telões e foda-se o futebol. | RIP F.C.
achei top o texto
Qualquer ser humano que não tenha passado as duas últimas décadas na Lua,sabe que uma das coisas mais legais do finado futebol era a torcida. E não precisa ser um gênio para ver que até esse patrimônio conseguiram assassinar. Um assassinato com requintes de crueldade, é bom que se diga.
No passado os torcedores levavam bandeiras com mastro, instrumentos musicais, e entoavam cantos originais. Hoje em dia, os espectadores levam celulares de última geração, tablets, e demais acessórios que combinam com tudo. Menos com o esporte que nasceu pra ser do povo. Nada contra as tecnologias, mas vira um ritual de babaquice. Do mau uso da mesma.
Para exemplificar, tivemos Flamengo x Fluminense, um clássico gigantesco do futebol. Time perdendo de 3×1 do maior rival, você vira e olha pro telão. Sorri, levanta, faz palhaçada, como se aquilo fosse alguma festa, balada, só falta a bebida que pisca. Não é. É um jogo de futebol, porra. Bom,pelo menos deveria ser. Futebol tem que ter sangue, suor e raça. Amor. Vontade. Sofrimento. Sorrisinho perdendo em clássico? Vai tomar no meio do cu. Nós não estamos aqui a passeio
Por falar em balada, o Internacional transformou seu estádio na própria balada. Não sabemos se é a torcida, a diretoria ou a putaquepariu que deu a ridícula idéia de ficar iluminando o estádio com celular. Já mataram a festa que os sinalizadores faziam. Não foi o suficiente? Precisavam transformar a festa em uma boate-coxinha? Temos que aguentar agora festão em telão e efeito visual feito por telefone celular. Só falta vodka à vontade nessa bosta toda. Camarote e todo tipo de exclusão social já tem. “Ah, mas é o valor, é a modernidade, o preço”, Meus ovos, bandidagem!
Aí agora o canto é essa merda de mutli-cópias daquela bosta de música do White Stripes e pra piorar, se ganhar o campeonato, vem Coldplay, e toda a “energia” que a banda traz em suas canções tema de formatura.
Está feita a união do capeta: festinha no telão, luzinha de celular, pau de selfie, food truck. Tudo isso dentro das arenas. Das MALDITAS arenas.
A mídia esportiva que comemora a “volta” da família no estádio, na verdade, comemora a união de gente idiota, sem graça, sem cheiro, sem vida.
Saudade de quando só levávamos jornal, cigarro, radinho e fósforo. O avô, do outro lado da arquibancada, levava sua almofadinha com a cor do time do coração.
Foto de vista aérea do Maracanã tomado pela torcida do Flamengo. A Nação Rubro negra faza festa em um espetáculo maravilhoso
O esporte que já foi parte de nossa cultura, ajudando a construir e desconstruir virou terra de coxinha que saiu do pfc ontem pras arenas foodtrucks.
Um povo que vai gritar na rua com camiseta da CBF e faz a manifestação virar encontro de pau de Selfie (com direito a abraço em policial que senta a mão em professor) merece tomar paulada no meio da cara. Não tá dando pra aguentar, não mesmo. O futebol consegue copiar todas babaquices de fora, e bola que é bom nada. Olha que nem precisa copiar, porque de zagueiro cintura dura, atacante poste trombador, esquema tático que não funciona e demais características ruins do futebol Europeu já estamos até o pescoço. Conseguimos copiar o que há de pior dos caras.
A nós, tal qual quem espera que um ente querido deixe de sofrer com a morte, resta esperar o último canto do cisne. Está mais próximo do que imaginamos.
Apenas tomamos a liberdade de pedir que no enterro oficial do futebol, toquem qualquer música. Menos White Stripes e Coldplay.