@sopro qual o problema da foto? a intenção do torcedor foi a mesma do clube, abraçar aquilo que é cantado com tom pejorativo pela torcida adversária.
sobre a tua pergunta, eu te digo que irei assistir do sofá pois não tenho grana/tempo pra ir até poa, apesar de ter ingresso como sócio (que levará um colorado no meu lugar, de graça). e agora eu te pergunto, como tava a semifinal (era semifinal?) da sulamericana ano passado? deve ter sido animal a viagem até sp, o estádio empurrando a ponte, né?
@Caipira
concordo totalmente em relação a analisar caso a caso. no caso da ponte preta, por exemplo, surgiu como um apelido de viés preconceituoso, tornou-se símbolo, codenome e mascote do clube oficialmente. nós chamarmos a ponte de macaca não nos faz racistas graças ao clube que abraçou todos os seus torcedores de pele negra e acabou com essa parada escrota que é racismo.
no caso do rio grande do sul em geral, infelizmente essa cultura de racismo é muito pior que no brasil inteiro. isso acontece, chuto eu, que pela colonização italiana/alemã/portuguesa que deram ao estado uma grande maioria branca. quantos casos no futebol em específico já aconteceram nos últimos tempos? na serra mesmo, pode ter certeza que todo ano tem algum caso. uns ficam famosos (vide o chagas da silva), outros não. o próprio árbitro relatou por diversas vezes ter sofrido racismo em bento gonçalves, sendo esse o motivo, inclusive, de fazer com que ele não aqueça em campo nos jogos naquela cidade.
em pelotas, cidade onde existem o maior número de negros relativos a sua população, existe uma clara "divisão" nos clubes de futebol. xavante aqui também é chamado de macaco em alguns cânticos da torcida áureo-cerúlea. isso por conta das origens dos clubes, da maioria negra que torce pro brasil, até mesmo do local onde fica cada estádio (o do pelotas na principal avenida, o do brasil num dos bairros mais pobres), etc.
falando agora de porto alegre, até os anos 80 existia uma grande separação dos clubes pela classe econômica. o inter desde a sua origem (os fundadores do clube foram barrados de se associar no grêmio por não serem alemães - ou algo assim, relacionado a raça, não lembro), passando por ser o primeiro clube gaúcho a admitir negros (ou um dos primeiros, carece de fontes), se auto declarar "clube do povo", seu mascote (o saci, não o macaco) ser negro, etc., sempre sofreu com o preconceito da torcida rival. hj em dia muitos daqueles que cantam "macaco imundo" na torcida do grêmio são simplesmente ignorantes quanto a origem do apelido macaco, só que muitos outros não são. esses caras que xingaram o paulão fariam se não tivessem em um ambiente onde chamar alguém de macaco é normal? fariam isso no meio da torcida do brasil/pel?
então por mais que o significado do macaco tenha perdido força por conta da pura ignorância, é sem dúvidas um combustível pro futebol gaúcho seguir essa parada escrota que é discriminar raça.
uma prova disso é que quando surgiu a história do árbitro ter sofrido racismo, alguns torcedores do grêmio começaram uma campanha pra abolir a palavra "macaco" dos cantos. deu certo? lógico que não, eles sabem que isso ofende os colorados (e ofende não porque não querem ser chamados de macacos, mas por terem torcedores negros na torcida em que eu e muitos outros nos colocamos no lugar, repudiando tais atitudes). inclusive, o próprio marcio chagas, que irá apitar o jogo da volta da final do gaúcho, avisou que se começarem sobre macaco imundo ou macacada filha da puta, ele irá parar o jogo e esperar o canto parar. eu duvido, haverá pressão da federação pra ele não fazer isso. mas se fizer, levará meu aplauso (mesmo que do sofá).
fotinho que circulou por aí nos últimos dias antes do grenal:
e agora, dá pra ter asco?