Postado originalmente por
samuca
Postado originalmente por
brunoarbo
O desgaste físico e mental é muito maior no circuito profissional do que no juvenil... ele com 16 anos jogando o circuito já, é natural que quando chegue nos 26 tenha um risco muito maior de estar mais desgastado que um cara que fez essa transição de maneira mais gradual. 16 anos o cara não tá nem totalmente maduro fisicamente ainda e ta lá sendo submetido a uma exigência altíssima. Lógico que vai variar de pessoa para pessoa, que o estilo de jogo contribui bastante também, mas na média creio que influi muito essa questão da idade e tenho amigos da área do exercício que concordam com essa tese.
Btw, já ouvi uma notícia que o Orlandinho tem um desvio de coluna meio foda e que não tem muito o que fazer, talvez isso abrevie os anos dele jogando em alto nível.
Sorry o atraso, esqueci de responder!
Eu concordo com tudo que tu falou, certo que é mais desgastante, mental e fisicamente, e muito provavelmente deve aumentar os riscos de lesões futuras. Só que esse nem é meu ponto, o que eu vejo é uma questão de pesar os interesses/objetivos do jogador.
Se tu quer ser tenista profissional, meu velho, tu tá fudido, pois tu vai ter que fazer o diabo para ser bem sucedido. É um dos esportes mais exclusivos que existem, se tu tá fora do top150, é muito provável que tu esteja pagando para jogar tênis.
A coisa só fica confortável depois que tu se estabiliza no top100, pois ai às vezes tu consegue entrar direto em alguns ATPs e jogar os GS (que dão uma grana violenta na 1ª rodada). Antes disso tu vai estar correndo nos Challengers para ganhar merreca. Só para exemplificar, cair nas QF do Challenger de Bordeaux, o CH mais forte que tá rolando essa semana, com vários jogadores bons inscritos, tu leva só € 2,480 para casa. Se tu somar as despesas do jogador não sobra quase nada.
Falei só sobre o aspecto financeiro, mas existem muitas outras variáveis que tornam o tênis um esporte para poucos.
Sei que vcs sabem disso tudo q to falando, nós só estamos discordando da conclusão hehe
A questão é que se o juvenil tem a ideia de se profissionalizar e já provou que não tem mais pq jogar com seus pares, a hora de dar o próximo passo parece ser o mais lógico. Orlandinho só vai evoluir jogando com gente melhor do que ele, isso é fato. Não creio que com 17 anos uma subida para a ATP seja considerada precoce e mesmo que seja 100% confirmado que existe um aumento de chance de no futuro sofrer uma lesão, paciência, deal with it. É o ônus do negócio.
Pegando o exemplo do Nadal, pode até ser que a causa das lesões com que ele vem batalhando nos últimos anos seja em decorrência de ter subido com 16 (fez 17 durante a temporada de 2003), desconsiderando todas as outras inúmeras causas (tênis fode o corpo). Mas e daí? Olha tudo que já ganhou, 14 GS, maior vencedor de Masters da história, milhões em premiações, muitos mais milhões em patrocínios. Enfim, se aposentar hoje, pendura as raquetes como um dos melhores da história do esporte e embora eu discorde, quem acha que ele é o maior de todos tem vários excelentes argumentos para utilizar a favor.
Toda essa gurizada nova que tá despontando largou o juvenil com 16-17 e eles ainda têm uma vantagem MUITO FODA sobre qualquer sul-americano que deseje se profissionalizar: moram na Europa. Não adianta, 85% dos torneios estão lá. Os torneios mais fortes, incluindo os CH, são lá. Os melhores jogadores do mundo são de lá. Então essa gurizada já ta lá no meio, tão treinando com gente melhor, têm menos gastos, são bancados pelas federações que têm muito $$$$ e ganham WC para os torneios grandes a rodo.
O Orlandinho tem um hype sinistro em cima dele e quem não acompanha tênis não sabe o como é difícil ser top. Mas tudo isso tem uma vantagem, ele já tem patrocínios (não tenho ideia de valores), tem a CBT que banca, enfim. Agora vai estar na europa para jogar Juvenil de RG, de repente fique até Wimbledon que é dali a um mês. O que eu espero é que aproveite esse tempo para treinar com gente melhor e talvez participar de Futures ou CHs (se der) e invista de vez na carreira. Quanto antes melhor, mais chances de se tornar um bom jogador.