A Minha Transição de MTTs Para Cash – Parte 1

Coluna - Diego Nakama

Olá pessoal!

A maioria dos usuários do MaisEV está (ou pelo menos estava) mais acostumada em me ver postando na área de multitables do fórum.

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Por motivos pessoais, mais especificamente por causa do meu retorno à faculdade decidi deixar de lado, pelo menos por enquanto, o foco nos torneios online.

O motivo em princípio que me levou a tomar essa decisão é que eu sabia que meu calendário de jogos seria incompatível com as atividades da faculdade, ainda mais sendo este o último ano do curso. Uma rotina de um jogador de torneios é bastante extensa, com pouca flexibilidade (dependendo da sua agenda de torneios obviamente, mas a minha era bastante inflexível), onde você pode passar de até 10h seguidas na frente do computador pois você acabou alcançando a mesa final do último torneio em que se registrou (e olha que eu nem jogava tantos torneios assim por dia, tenho certeza que vários outros usuários do MaisEV devem jogar até mais do que isso normalmente). Uma rotina diária de torneios pode comprometer boa parte do seu dia e eu sabia que isso poderia atrapalhar significativamente minha formação.

Como mencionei no início do parágrafo acima, em principio o motivo seria esse, não prejudicar a reta final da minha faculdade. Mas com o tempo, fui percebendo que eu poderia encontrar outras razões pelas quais uma transição para o mundo dos cash games seria interessante. Apesar da pouca experiência até o momento (são praticamente 7 meses me dedicando exclusivamente ao cash) é sobre isso que tratarei aqui. Dividirei com vocês como tem sido essa transição, das diferenças entre as duas modalidades, dos pontos positivos e negativos que a mudança trouxe para mim como jogador de poker e auxiliar quem talvez um dia queira fazer o mesmo.

Várias são as discussões existentes no mundo poker, especialmente nos fóruns como o nosso, sobre os prós e contras de se jogar torneios ou cash games. Muito se discute sobre as habilidades necessárias para se vencer tanto em uma quanto em outra modalidade. Que essas diferenças existem, isso é fato. Muitos jogadores de cash não conseguem se adaptar aos torneios por diversos motivos, tais como falta de experiência com as longas horas de jogo (que podem fazer com que você perca a paciência por um único momento e cometer um deslize que faça você se arrepender de ter jogado aquele torneio por 5h seguidas), não conseguir se adaptar com a dinâmica do jogo, que muda sempre que novos blinds são alcançados e mesas alteradas, jogar com stacks médios menores, se adaptar a mesas com mais jogadores (muitos jogadores de cash jogam 6max e HU), enfim, vários fatores contam para que um jogador de cash tenha dificuldades de adaptar aos MTTs.

Por outro lado eu acredito profundamente (e creio que isso seja um consenso da grande maioria da comunidade do poker) que a transição de um jogador de cash para torneios é muito mais suave do que aquele de torneios que passa a se aventurar nos cash games como foi o meu caso.

A primeira e mais gritante diferença entre as duas modalidades é naturalmente o jogo pós-flop. Eu sinceramente acreditava que meu jogo pós-flop era bom. Talvez realmente fosse, mas apenas para se jogar torneios. Hoje em dia, depois da minha transição, vejo como eu pouco sabia jogar o jogo pós-flop. Eu definitivamente possuía uma experiência pífia em jogar Turns e Rivers.

Devido ao jogo mais deep (quando comparado a torneios, claro), onde você pode optar por jogar sempre com pelo menos 100bbs, você fica praticamente “obrigado” a desenvolver um jogo melhor nas streets posteriores. Eu confesso que nunca fiz um estudo mais aprofundado de como jogar o Flop, Turn ou River mais especificamente, mas hoje em dia eu consigo analisar muito melhor quais são os melhores flops para aplicar o continuation bet (cbet) ou check atrás (quando se joga em posição). Mas a diferença principal vem no Turn e River. Nessas streets, você precisa antever com bastante eficiência como seu oponente vai reagir tanto às suas apostas quanto à combinação delas com as cartas que vierem em seguida. Em torneios, devido aos stacks menores em estágios mais avançados, os jogos de Turn e River são menos freqüentes, ou pelo menos apresentam uma margem de manobra bem menor que em cash. Um bom exemplo de como os stacks efetivos interferem nas jogadas pós-flop é o chamado triple barrel, que nada mais é do que aplicar uma cbet no turn e também no river quando você é o agressor da mão. Isso porque muito frequentemente não lhe sobram fichas o suficiente para aplicar essa jogada com eficiência, ou porque muitas vezes (ainda devido ao tamanho dos stacks) seu oponente não dê apenas call no seu cbet no Turn e sim ir logo de all-in na sua aposta. Jogando cash games, você começa a se utilizar dessa jogada com mais freqüência e, além disso, você aprende a analisar quais sãos as melhores cartas no Turn e no River que podem tornar essa jogada tanto extremamente lucrativa quanto “-EV” no longo prazo. Adquirir novas habilidades no pós-flop é crucial durante a adaptação ao cash game, caso contrário sua margem de jogo vai ser muito baixa contra outros regulars que venha a enfrentar, prejudicando muito a sua lucratividade nessa modalidade. Ainda tenho um longo caminho pela frente para melhorar nesse quesito, mas com certeza sei que aprendi a jogar pós-flop muito mais nesses últimos 7 meses do que em toda minha vida jogando torneios até então.

Um outro ponto interessante que comecei a notar com a experiência foi perceber como a leitura sobre seus adversários fica mais apurada. Em torneios, devido às mudanças de mesas que ocorrem frequentemente, fica difícil às vezes você ter uma leitura mais precisa dos seus oponentes. A não ser que seu oponente seja daqueles com o qual você já se deparou diversas vezes em outros torneios, você acaba não absorvendo com mais facilidade os padrões de comportamento de apostas que eles adotam, fator importantíssimo a ser considerado durante a tomada de decisão. Já nos cash games, você pode enfrentar o mesmo jogador por várias horas e até mesmo em várias mesas ao mesmo tempo. Isso ajudou muito a aprimorar a leitura dos adversários e, o mais importante, praticar a antecipação com mais eficiência, fator primordial no poker e, mais especificamente, no jogo pós-flop.

Esses dois pontos acima que citei são os que considero em que o cash game tem mais me ajudado a evoluir meu jogo. Eu poderia me aprofundar neles aqui por muito tempo, mas não podemos perder o foco do assunto. Basicamente, o cash tem me tornado um jogador de poker muito melhor e muito mais completo. Posso garantir a vocês que os meus resultados em torneios melhoraram de forma absurda desde que comecei a jogar cash. Dos pouquíssimos torneios que joguei nesses últimos meses, os resultados têm me deixado muito satisfeito, pois sinto claramente que minha margem sobre meus oponentes em torneios aumentou bastante.

Essa é a primeira parte da minha transição de torneios para cash. Em seguida, falarei um pouco mais sobre como minha rotina mudou, algo também muito discutido entre jogadores que jogam torneios e cash games. Vou comentar sobre os benefícios da mudança para minha vida pessoal e como essas alterações influenciaram na minha qualidade de vida. Por fim, comentarei sobre os demais motivos que fizeram com que minha mudança de modalidades fosse além do simples fato de falta de tempo ou incompatibilidade com outras atividades.

Grande abraço a todos e uma ótima sorte nas mesas.

Nakama.

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