Camila Kons Fala Sobre Mulheres no Poker e Assuntos Polêmicos

Camila KonsJogadora que vem ganhando destaque no cenário nacional, Camila Kons fala nesta entrevista sobre sua carreira, as mulheres no poker e assuntos polêmicos como a esportividade do jogo e a cobrança de impostos.

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Qual é sua história antes do poker?

Engraçado que depois que comecei a jogar poker nunca mais parei pra lembrar do pré poker (risos).

Eu estudava engenharia química. Nem lembro ao certo em que período da facul comecei a jogar poker, mas acho que foi logo no 2º semestre.

A curiosidade da faculdade é como escolhi. Talvez por isso também não tenha dado certo. Hoje em dia já acho errado sair do ensino médio e engatar na faculdade, é complicado com 16 anos saber o que quer pra vida.

Eu decidi fazer engenharia. Sempre me dei muito bem em exatas, daí ia fazer ambiental… sempre curti o conceito do curso. Então fui conversar com minha professora de matemática, ela comentou que marido dela era engenheiro químico, que tinha muita área de trabalho. Entrei no site da faculdade, olhei matérias, áreas de atuação e fiz o vestibular pra engenharia química. Nem fui atrás de mais nenhum tipo de informação.

Até 4º semestre foi ok, fui levando a faculdade junto com o poker. Grindava sit and go no Full Tilt naquela época, comecei sério ali. Sempre tive facilidade com números e até o 4º semestre é só matéria básica de todas engenharias, cálculos, físicas e tudo o mais.

Mas eu nunca fui de estudar muito, prestava atenção nas aulas e tinha facilidade pra aprender. Quando chegou 5º semestre, foi um deus me livre. Matérias específicas, uma doideira. Eu gostava da química laboratorial, mas a teórica me deixava louca.

Eu comecei a estudar e ainda assim a coisa não andava. Não curtia as aulas e o poker estava começando a andar bem.

Em relação a trabalho, eu nunca trabalhei fora. Meu pai sempre fez questão de pagar estudos, trabalhei uma vez só em um fim de ano, na ótica que minha tia trabalha.

Horário de natal, aquela coisa, trabalhando até tarde. Lembro que foi meu primeiro dinheiro conquistado por conta, deve ter dado uns R$700. Lembro da minha felicidade.

E como conheceu o poker?

Meu tio jogava um live aqui na cidade, e também sempre que passava pelo ESPN eu me interessava, mesmo quando não entendia nada do jogo. Aí resolvi procurar informações na internet, peguei aquela listinha básica de valor das jogadas.

Pela ESPN via propagandas do PokerStars, aí abri uma conta e comecei a jogar play money. Lembro até hoje, eu jogando um torneio play Money, fiquei em 1º ganhei sei lá quantas mil fichas e eu tinha manicure marcada. Cheguei na mulher toda feliz porque tava com a conta recheada de fichas e a mulher perguntando quanto valia aquilo, e eu explicando que nada. Mas e daí? Eu tava felizona mesmo assim (risos).

E daí para o real money?

Pro real money foi por causa do meu tio. Ele conhecia um cara aqui de Jaraguá que vendia fichas, a gente comprava $10, $20 e jogávamos juntos sng de $1.50 de 45 jogadores turbo nos fins de semana.

E logo depois quando entrei pra faculdade comecei estudar com o Giácomo, irmão do Bozzano. Daí comprava pouco e me divertia nos fins de semana com o meu tio.

O primeiro torneio que cheguei foi um de 50 centavos, que começava acho que umas 23h. Eu estava de férias, meu pai acordando 6:30 no dia seguinte pra trabalhar e eu no HU da parada. Ganhei uns $200, vendi quase tudo e fui pro shopping (risos).

Meu pai nunca negou nada pra mim e pra minha irmã, mas aquele gostinho de comprar algo com um dinheiro que você conquistou foi ótimo.

Como foi sua profissionalização?

Parando pra pensar assim é até estranho, parece que as coisas foram acontecendo tão naturalmente que você nem para pra prestar atenção.

Eu conheci o Fellipe Nunes, ele grindava os sit and go de 45 pessoas turbo no Full Tilt pelo SNG Team Pro, o time que deu origem ao 4bet mais tarde. Ele decidiu montar um time mais ou menos nos mesmos padrões no SNGTP. Nós nos conhecemos num live, conversamos, e como eu só estudava, tinha tempo vago e interesse em aprender, aí entrei pro time.

Éramos eu e mais 4 ou 5 meninos, nem lembro certinho. Só sei que eu fui quem levou a coisa a sério mesmo. Acho que foram 3 meses de time. Depois continuei grindando os mesmos sit and go por conta, foi bom que sai dali já com BR, acho que uns $600 na época, e continuei grindando os sit and go de $11 45 pessoas turbo, foi ai que construí meu bankroll.

De um tempo eu enjoei dos sit and gos e comecei jogar uns torneios na madrugada no Full Tilt. Foi aí que conheci o José Irineu,  através do Andrei Mosman, que era um dos coachs do Sng Team Pro na época.

Ele também me ajudou com o sng quando precisei. Ele estava jogando uns torneios na madrugada, era mais fácil, aí me chamou pra um audio e colocou o Zé na conversa. Acabou que o Zé virou um grande amigo e um dos caras com quem eu mais conversava sobre torneios.

Minha experiência em MTT online era bem limitada, mas aquelas madrugadas de grind renderam um belo aprendizado e até umas forrinhas.

Acho que isso foi durante as férias da faculdade, fiquei 1 ou 2 meses acordando às 17,18 horas e começando grind às 20h e indo madrugada adentro.

A reta da madrugada do Full Tilt era muito boa, tinha vários torneios baratos que pagavam bem. Ns áudios a gente acabava muitas vezes fazendo cavaladas e engatava num $55, $109.

Junto com o José Irineu e o Andrei você também fez parte do time do Copacabana Poker.

Então, através desses áudios eu, Porco (Andrei) e o Zé acabamos ficando amigos. O Porco falou que estava com esse projeto, conversando com os caras do Copacabana e perguntou se a gente tinha interesse em fazer parte de um possível time.

Nós aceitamos, claro. Lembro que em janeiro do ano passado eu fiquei quase 1 mês em São Paulo, na casa do Zé, até definirmos tudo do time.

Jogamos algumas etapas do BSOP, mas acabou não dando certo, aconteceu que negociamos a parada toda meio na amizade, em mesa de bar e tal, e no andar do projeto percebemos que os objetivos não batiam, as ideias de como levar o projeto eram diversas e muita coisa não encaixava.

Aí pra não prejudicar ninguém achamos melhor sairmos do time e deixar as vagas em aberto pra alguém que se encaixasse melhor no que eles queriam. Eu e o Zé tínhamos algumas ideias pra levar ao projeto, divulgação e tudo mais que não batiam com os caras, aí ficou complicado levar adiante.

Falando em projetos, você tem algo planejado para o futuro?

Ainda quero voltar a grindar torneios, mas por conta própria. Agora continuo focada nos sit and go. Na verdade não estou grindando o quanto eu gostaria e deveria porque a casa aqui tá em reforma e tem atrapalhado muito, com barulho e tudo mais.

Eu tenho um valor X de bankroll a atingir pra voltar pros MTT. Quero poder voltar grindando um buy-in médio legal e sem pressão, com dinheiro de sobra pra poder enfrentar uma downswing e não precisar fazer movedown.

Quando voltar também quero pegar coachs,  e no geral quero juntar um dinheiro, coisa que todo mundo quer, óbvio. Quero ter uma grana pra deixar de BR e tirar outra pra investir em algo fora do poker. Eu amo o poker, mas não quero e nem tem condições de viver de grind a vida toda. Quero jogar por lazer, nos fins de semana. Viajar mais pra jogar os lives, que coisa adoro fazer.

Por que você voltou a jogar os sit and go’s micro e deixou os MTT?

Eu parei com os sit and go no Full Tilt e parti pra MTT. Até fui bem, cheguei a fazer um BR de quase 15 mil, mas não tinha muita base, nunca tinha pegado um coach nada. Acabei emprestando uma grana pra minha irmã, outra pro meu pai, e bem nesse meio tempo peguei uma downsiwng. Nada fora do normal, mas como nunca fui muito bem preparada psicologicamente, eu pirei.

Então comecei a jogar MTT cavalada pelo Kovalski. Ele era do 4bet na época e eu também entrei pro 4bet, fiquei 8 meses no time, aprendi demais. Mas financeiramente a experiência não foi boa.

Jogar high stakes é uma parada sinistra. Acertei alguns torneios na trave nesses 8 meses e acabei saindo com pouco lucro, acabou que comecei a desanimar. Conversei com eles e decidimos que seria melhor pra ambas as partes eu sair do time.

Eu não tava mais com ânimo pra continuar jogando cavalada. O aprendizado foi grande, mas a porcentagem era bem baixa, fica complicado viver de poker assim. Resolvi que queria voltar a jogar por conta própria, mas como não fiz muita grana no time e o BR que eu tinha antes do time foi se desfazendo com o tempo e com as contas, me restou voltar aos sng micros.

Vou te falar que não me arrependo nem um pouco de ter tomado essa decisão.

Por quê?

Lembro até hoje uma das primeiras vezes que estive pessoalmente com Pessagno, ele falando que muita gente se diz profissional de poker mas grande parte joga cavalada. A maioria não tem a capacidade de exercer uma das principais “funções” de um profissional, que é controle de bankroll. A partir daquele momento comecei a pensar mais sobre isso e lembro como era bom a sensação de ganhar seu dinheiro, 100% do seu esforço no seu bolso.

Posso afirmar que evoluí muito nesse meio tempo voltando a jogar por conta própria, mesmo que sit and go. Lidando com a pressão do dinheiro você aprende a encarar as coisas com mais maturidade.

Esse ano no WCOOP eu estava jogando sit and go, nem tinha pensando em engatar nos MTTs, mesmo porque os buy-ins eram caros, mas acabei engatando em satélites e puxei algumas vagas. Acabou que joguei uns 6 ou 7 torneios da grade, alguns $215, $320. Num mesmo fim de semana cheguei em 2 torneios, um $320 eu caí em 50 e poucos, se não me engano, pagava mais de $200 mil para o 1º lugar, e o $215 do mesmo domingo, em que eu passei pro dia 2 e cai em 30 e poucos. Dois torneios jogando por 100% que mudariam minha vida. É óbvio que depois de cair do 2º fiquei bem triste, mas acho que eu teria sido mais afetada um tempo atrás do que hoje.

A própria experiência do MasterMinds desse ano, que fui eliminada na bolha de QQ<44. Não vou mentir e falar que não fiquei triste nas situações, mas me surpreendi com o quanto evoluí. Tenho certeza que o fato de jogar por conta própria ajudou nisso. Aprender a lidar com dinheiro, controlar, saber que trabalhando as coisas acontecem.

Como é para você ser mulher num jogo dominado por homens?

É no mínimo divertido (risos). Para mim sempre foi bem tranquilo, sempre tive muita facilidade pra me relacionar com as pessoas, sempre conversei com todo mundo, indiferente se fosse homem ou mulher, então isso tornou as coisas pra mim um pouco mais fáceis. Tanto que tenho grandes amigos no meio do poker que me ajudaram demais, o Zé tá aí pra não me deixar mentir.

Na verdade eu nunca senti muito essa questão porque aqui na minha casa, por mais estranho que pareça eu nunca tive nenhuma pressão. Sempre me apoiaram e nunca ouvi nenhum comentário do tipo “isso é coisa pra homem!” então sempre levei isso com muita naturalidade.

Provavelmente em questão de mídia e marketing o fato de ser mulher ajuda, qualquer resultado mais expressivo que você tenha fica mais fácil pra ser reconhecida justamente pelo fato de serem poucas mulheres no meio.

Também tem um fato que atrapalha óbvio. Mulher é muito mais emotiva do que racional, acho que também por isso como sempre disse meu psicológico sempre foi a parte mais difícil. Enquanto um homem enfrenta uma downswing pensando “isso é normal, vou continuar trabalhando que as coisas acontecem” uma mulher já se desespera e acha que tem algo de errado com ela.

O Zé até brinca comigo às vezes, quando começo com minhas inseguranças de “será isso, será aquilo”, “será que sou capaz, será que vai dar certo”. Ele só manda um “vira homem pô!” (risos). No sentido de que se optou por seguir isso, faça por onde, meta a cara e enfrente as coisas.

E nas mesas?

Sempre fui muito respeitada. Claro que brincadeiras sempre rolam, indiretas, piadinhas, mas acho que sempre acabo me saindo bem.

Pelo fato de eu ser mulher muitos homens tem um sentimento de protecionismo. Uma vez aconteceu de um homem ser mau educado comigo, justo no meu primeiro BSOP. Eu fiquei meio sem reação, ele foi grosso, fez uma piada totalmente errada, e os outros se indignaram por mim.

Já aconteceu de jogarem diferente contra você, por ser mulher?

Sim, mas hoje em dia não tanto mais porque você acaba ficando conhecida e como sempre fui meio louca no online a galera já sabe como jogo. Mas quem não conhece acaba jogando diferente sim, acha que porque é mulher não blefa, ou por ter simpatizado acaba te ajudando, tipo, 3beta uma parada e realmente te avisa que tá bem, não value beta algumas coisas.

Acho extremamente importante a questão de manutenção da imagem na mesa, por isso nunca curti muito a ideia de jogar com fone de ouvido, sem conversar com ninguém. Já me aconteceu tantas vezes de eu conversar com várias pessoas na mesa e rolar aquela simpatia, e você jogar uma mão contra a pessoa, e se mataria se não fosse a “gentileza” da pessoa falar um “olha, não faz isso… você é gente boa, não quero eliminar você do torneio”. Já deixei de perder muitas fichas em situações assim, que só acontecem com pessoas que sentam e conversam, se relacionam na mesa. Você pode ver, senta um rapaz de capuz, óculos e fone de ouvido, raise-cbet toda mão, nem troca ideia com o tiozinho da mesa. Aquele tiozinho fica com uma gana de eliminar o dito cujo que não tá escrito, que o bom relacionamento na mesa só tende a ajudar. O fato de eu ser mulher e comunicativa sempre me ajudou

Na época do campeonato mundial da IFP, o time brasileiro queria levar uma mulher e algumas pessoas levantaram o seu nome. Como se sentiu por ter sido considerada, e o que achou da escolha feita?

Eu fiquei extremamente lisonjeada, óbvio. Estava jogando torneios há pouco tempo e ter o nome citado assim foi muito bom, e eu me achava capaz sim de integrar aquele time por capacidade de jogo. Mas tinha completa noção da minha “falta de experiência”, grindava muito online, mas live nunca joguei muito principalmente pelo fato de morar aqui em Jaraguá. Não é como morar em SP ou grandes cidades que tem jogo em qualquer dia em qualquer clube. Eu jogava um ou outro BSOP, o catarinense, mas nunca tive muito volume e consequentemente pouco resultado.

Como falei, fiquei feliz em ter o nome citado por algumas pessoas, mas tinha total consciência que ainda não era meu momento.

Eu achei a escolha ok. A Dani (Zapiello) sempre teve bons resultados no live. Como falei, ela mora em SP, sempre jogou muito live, o que acabou dando a ela uma notoriedade muito maior,sempre tinha um resultado aqui e outro ali. Eu desconheço o jogo dela pra ser bem sincera então não tem como opinar muito.

Na época eu até achei que as escolhas mais óbvias seriam ou Maridu pela história ou Alê Braga, porque também jogava bastante live e tinha resultados. Também tinha a Larissa (Metran) e a Lali (Tournier) que era minha parceira de time do 4bet, então acho que qualquer escolha seria ok.

A Larissa nem tem muito que falar, os resultados dela tão aí pra isso, chega muito live e online. A Lali também é uma ótima jogadora, a que eu tenho mais contato. Ela joga extremamente bem também e representaria muito bem. É complicado falar assim. Como falei, eu conheço mais jogo da Lali porque éramos parceiras de time, conversávamos direto.

O poker tá muito ligado a resultado: mas a quantidade de jogadores de alto nível que ainda não tem nenhum resultado muito expressivo é grande. Só que pra quem tá de fora fica muito mais fácil analisar números, então qualquer uma que fosse escolhida acho que representaria muito bem.

Ainda nos assuntos polêmicos, dois assuntos surgem com frequência no MaisEV são a questão dos impostos, e do ‘poker é esporte’. Qual é sua opinião sobre ambos?

A questão do imposto é extremamente complicada. É óbvio que eu acho que o poker deve ser tributado, mas do jeito que tá sendo realmente complica muito a vida dos profissionais.

Eu entendo pouco sobre as opções viáveis na real, já li várias vezes sobre, muitas pessoas defendendo que deveria ser tributado como bolsa e pelo que li acho que seria uma maneira bem justa. Mas é sempre complicado ter um controle disso.

Só acho que do jeito que tá acontecendo fica complicado. É muita grana pro governo, e o mais triste disso tudo é viver num país onde não se vê onde todo esse dinheiro é aplicado. E também acho que dificilmente conseguirão mudar. Posso estar completamente errada, mas porque o governo, depois de meter a mão em quase 30%, aceitaria mudar a forma de tributar pra receber menos?

E em relação ao poker como esporte?

Eu acho que depois que o Ministério dos Esportes bateu o martelo não tem porque o povo ficar indo na direção contrária.  Todo profissional bate na tecla de que poker não é um jogo de azar, que necessita habilidade e que isso se sobrepõe à sorte.

Eu nunca parei pra pensar muito sobre isso. Na verdade nem vejo porque ficar debatendo isso. Como já falei, uma vez que Ministério dos Esportes e IMSA falaram que é esporte.

Só acho que isso facilita e muito a vida de um profissional. É tão mais fácil agora você falar que vive de poker, a parada está ali na cara pra todo mundo ver, não é jogo de azar. Fica muito mais fácil argumentar com qualquer pessoa, isso quebra algumas barreiras, então acho que não tem como ser algo ruim.

E considerando a rotina de um pro, você tem que se dedicar como um esportista, tem que cuidar da mente, do corpo. São horas diárias jogando e estudando pra atingir o melhor. Hoje em dia eu afirmo que quem não se cuida, da mente e também do corpo não atinge seu 100%. E já que envolve tantas coisas, nada mais juto do que ser chamado e exercido como esporte. Se você sai no sábado à noite pra uma festa e enche a cara, você não vai conseguir jogar o seu melhor no domingo, assim como um jogador de futebol não rende depois de uma festa. Precisamos de descanso, foco, disciplina, fatores que estão diretamente ligados a qualquer esporte.

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