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andremcosta
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RRiccio
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Andre Castro
Transporte, assim como água e eletricidade por exemplo, é um serviço público por ser essencial para o povo. As pessoas não podem ficar a mercê do interesse direto de particulares apenas. É por isso que a empresa de eletricidade tem que entregar energia mesmo onde não vale a pena, que as empresas de ônibus tem que disponibilizar as linhas de ônibus pra bairros que não sejam lucrativos e que o taxista tem que aceitar a corrida pertinho, mesmo que vá perder uma corrida melhor.
E o que ocorre com todas essas regulações e intervenções estatais? As empresas no setor de energia, transporte público e farmacêuticas são as empresas com maior margem de lucro do mundo. Pois tem um monopólio oficial protegido pelo governo. Assim que você deixa as empresas se auto regularem, o consumidor tem suas demandas melhor resolvidas. O consumidor é a melhor pessoa pra definir como deve gastar o seu dinheiro.
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Andre Castro
O serviço pode ser excelente e bem feito, nem por isso deixa de ser clandestino. Se puder existir sem nenhuma regulamentação, então qualquer particular pode fornecer serviço de transporte em qualquer circunstância, afinal porque apenas o Uber seria especial e teria autorização pra fornecer o serviço sem nenhuma regra, e outros não? Alguma regra tem que existir.
Ninguém é obrigado a usar o serviço! Essa é a graça do capitalismo. Todas as transações entre duas partes são consensuais. O papel do governo deve ser apenas o de garantir que essas transações continuem sendo consensuais.
Se você não gosta de Uber, não precisa usar. Porém atrapalhar o direito alheio de efetuar essa transação consesual é prejudicial pra sociedade.
A maioria dos consumidores prefere Uber ao táxi, assim como a 100 anos preferia o carro a um cavalo. É um dano imenso pra sociedade proibir o carro e obrigar todo mundo a andar de cavalo. Cada consumidor deve ter o direito de escolher como melhor utilizar seu dinheiro, seja comprando gasolina ou dando ração ao seu cavalo.
Eu tenho posições bastante liberais, e nem vou tocar nesse caso específico, mas isso o que você falou tem que ser bem relativizado. Você pode questionar alguns tipo de regulação. Seu exemplo de cavalos, ótimo, mas há varias exceções.
No mercado de remédios isso é bem óbvio. Cabe ao estado fiscalizar os laboratórios e exigir um padrão de qualidade, pois o Consumidor não tem nenhuma capacidade, por assimetria de informação, pra saber se aquele produto funciona ou não. E é bizarro deixar que alguém venda um remédio que não funciona e alegar que o consumidor é livre pra efetuar ou não essa transação comercial.
O mercado de aviação civil é outro caso clássico, e começa a se aproximar do uber. Certas normas precisam ser seguidas e responsabilidades definidas. Se eu fizer um curso e ficar capacitado a pilotar um boeing, comprar um boeing e começar a prestar transporte de passageiros, creio que a maior parte da sociedade vai achar inadequado. Quase ninguém vai aceitar que o meu consumidor deve ser livre pra decidir se quer correr o risco ou não de contratar meu serviço, que é mais barato.
No mercado de transporte de passageiros do Uber o problema é muito polêmico, mas vários países entendem que é preciso de uma licença estatal. A questão não é tão óbvia quanto aos mercados anteriores, porque alguém habilitado a dirigir já transportou terceiros em algum momento, já está habilitado a dirigir no dia a dia, mas ainda assim existem dúvidas pra muita gente se não é necessário um controle pra garantir segurança.
Eu acho o Uber ok, mas a questão de aceitar a total desregulamentação como mera decisão do consumidor é absurda.