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Quem tá hater de Uber ou não tá entendendo o serviço ou é hater dos consumidores.
As 4 coisas que o Uber faz muito melhor que taxi são: (1) controle de qualidade, (2) minimização de fricção, (3) matching de oferta e demanda e (4) pricing.
O ponto #3 é o que os apps de táxi como EasyTaxi e 99Taxis fazem muito bem também - eles conectam táxis a passageiros, diminuindo o número de táxis sem passageiros e o número de passageiros sem táxi. Isso aumenta a produtividade do taxista e a conveniência do passageiro. Por isso esses apps fazem sucesso. Idem Uber. Mas vocês tem que explorar os outros 3 pontos.
O ponto #1, controle de qualidade, é insano. O Uber é extremamente rigoroso em relação ao controle de qualidade e isso acontece em real time. Ao final de cada corrida o cliente avalia de 1 a 5 estrelas a experiência. E a regra é a seguinte: motoristas com notas abaixo de 4.6 são na 1a vez suspensos da plataforma por X dias, na 2a vez suspensos por um período maior e na 3a vez são removidos do sistema. Isso é algo impraticável na indústria de táxi e o que torna o serviço péssimo.
O taxista vai dar cantada em mulher, dirigir bêbado, fumar, xingar, conversar quando o cliente não quer, pegar o caminho errado, etc. porque sabe que tem pouco que o cliente possa fazer para prejudicá-lo. No Uber basta um cliente te dar uma avaliação negativa e pronto, você é cortado. Esse é um sistema extremamente meritocrata. Se vocês não experimentaram o Uber, experimentem. Não há nenhum serviço ao consumidor final que consegue manter o mesmo padrão de qualidade no Brasil. Isso tudo por causa desse controle real time a cada corrida.
O ponto #2 é o que gera os protestos. A questão é que, como em tudo em que os sindicatos e entes governamentais metem o bico, a indústria de taxi é altamente ineficaz. O motorista é cobrado uma série de impostos e ao mesmo tempo o sindicato e as cooperativas são quem fica com a maior parte do lucro do sistema. Assim como no caso do Airbnb, o Uber percebeu que a iniciativa privada é melhor e mais eficaz em se regular que o monstruoso processo público. Todos os problemas que o taxista resolve pagando caro (ie. obtenção de clientes via cooperativa, vistoria com órgão público, etc.) o Uber consegue resolver por uma fração do preço e aplicando tecnologia. E o consumidor prefere que seja assim.
O ponto #4 é o que gera polêmica por parte de quem não entende bem economia. Graças aos pontos #3 e principalmente ao #2 o Uber consegue ser MUITO mais eficiente em preço. Os custos que estariam indo para o bolso do político corrupto, para o bolso da cooperativa e afins ao invés disso são repassados em preço menor para o consumidor. No caso do Uber Black Car (serviço premium, carro preto, motorista de terno, com direito a água) o preço hoje já é menor no Rio que táxi, por um serviço 10x melhor. No caso do UberX, que ainda não lançou mas deve lançar futuramente o preço vai ser drasticamente menor.
E sobre o surge pricing, funciona assim: quando tem demanda muito alta de Uber em um local e pouca oferta surge um multiplicador da tarifa. É como se fosse equivalente à bandeira 2 do táxi, só que mais justa. Muita gente fica indignada com isso, mas é só falta de conhecimento de economia. O exemplo mais clássico é o da nevasca que houve em Nova Iorque e que fez com que os Ubers custassem 7x mais. A questão é perceber que *sem o surge pricing* não teria nenhum carro na rua, pois nenhum motorista seria louco a dirigir durante uma nevasca. E, ao mesmo tempo, com o surge pricing o cliente que realmente precisa e tá disposto a pagar consegue um motorista. E quem não precisa tanto assim, espera outro momento. Ao não existir o surge pricing você basicamente exige que todos os clientes que não usam o serviço durante situação de alta demanda paguem o preços pelos poucos que usam. E isso não é justo. É ABC de oferta/demanda.
Resumindo, o consumidor: (1) espera menos, (2) tem um serviço melhor e mais seguro, (3) paga menos.
E o motorista: (1) ganha mais dinheiro, (2) trabalha menos e (3) é remunerado pelo seu bom serviço.
Toda a sociedade ganha. Só quem perde é o político corrupto e as cooperativas.
Última edição por RRiccio; 14-04-2015 às 19:05.
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No Brasil uma pessoa física não pode locar um cômodo da própria casa por um período de 24 horas por exemplo e o Airbnb prevê isso.
Do ponto de vista legal o Urb e Airbnb vão ser considerados clandestinos, mas o fato é que todo serviço novo que não está regulamentado por lei será e é natural o serviço surgir pra depois ser enquadrado em alguma regulamentação (não que eu concorde com elas).
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Porra, melhor pagar mais caro e conseguir sair do que ficar sem opção de taxi.
Isso lembra uma história que ouvi outro dia sobre um furacão nos EUA, não me recordo qual deles agora. Um cara sabia que a demanda por gelo na região era grande encheu um caminhão de gelo e foi pra lá vender. Produto que custava U$ 2,00 o cara tava vendendo por U$ 8,00. Fila grande pra comprar e alguns revoltados chamaram a policia que chegou no local e prendeu o sujeito por abuso de poder econômico (ou algo do tipo). Resultado, mercadoria apreendida e todo mundo sem gelo. Jenios
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A gente só tá falando que é um transporte clandestino ueh, que oferece um serviço melhor porque não precisa pagar nada para operar. E eu não sei daonde vocês tiraram que Uber é sempre mais barato.
E sobre o surge pricing, já foi limitado nos EUA, de tanta reclamação que teve. Vocês acham certo limitar o transporte em situações de emergência apenas para quem é rico? Sem contar que essa desculpa de que eles fazem isso pra atrair novos motoristas já foi desmascarada, eles já foram pegos limitando o número de motoristas pra fingir uma baixa oferta e aumentar o preço.
Btw, vocês são a favor de taxista na saída de show que se recusa a te levar pra casa porque é perto? Isso também é ABC de oferta/demanda.
Última edição por Alvinho; 14-04-2015 às 20:50.
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@Alvinho
Eu não acho um problema o cara se recusar desde que eu tenha outras opções viáveis de ir.
Acontece que, no modelo atual, tudo é regulamentado por e somente pelo Estado. Se ele não prover, eu não posso nem tenho como recorrer. Então se o taxista não me leva e não tem mais (pois a regulamentação é limitada pelo Estado), não tem van (pois o Estado não deixa), não tem metrô e a oferta de õnibus é extremamente baixa, eu fico de mãos atadas.
A ideia do Uber é que você tenha um melhor matching, como disse o RRiccio, melhorando a eficiência pra todo mundo e inclusive reduzindo esse problema que você citou através da otimização do serviço.
Você acha que se o Uber fosse 100% legalizado esse tipo de situação seria pior pra você?
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Depois do post to riccio eu me recuso a postar aqui pq não vou conseguir acrescentar nada. Se vcs leram tudo e ainda mantém a opinião, não sou eu que vou mudar.
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Eu acho um problema gigante. Táxi não é um serviço qualquer, não pode descriminar assim.
Se o Uber fosse 100% legalizado ele seria um outro tipo de serviço, não tem como especular como seria, porque estaria chutando. Eu acho que do jeito atual ele tem vários problemas, como o surge pricing.
Não tô dizendo que o táxi normal é melhor, óbvio que não, táxi é uma merda, mas a solução não é criar um transporte clandestino sem nenhuma regulamentação.
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Transporte, assim como água e eletricidade por exemplo, é um serviço público por ser essencial para o povo. As pessoas não podem ficar a mercê do interesse direto de particulares apenas. É por isso que a empresa de eletricidade tem que entregar energia mesmo onde não vale a pena, que as empresas de ônibus tem que disponibilizar as linhas de ônibus pra bairros que não sejam lucrativos e que o taxista tem que aceitar a corrida pertinho, mesmo que vá perder uma corrida melhor.
O serviço pode ser excelente e bem feito, nem por isso deixa de ser clandestino. Se puder existir sem nenhuma regulamentação, então qualquer particular pode fornecer serviço de transporte em qualquer circunstância, afinal porque apenas o Uber seria especial e teria autorização pra fornecer o serviço sem nenhuma regra, e outros não? Alguma regra tem que existir.
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