Soma Zero Menos Algo

Eu e um grupo de amigos começamos a jogar poker no colegial e não paramos até os filhos chegarem. Nós jogávamos na minha casa porque entre nós, eu tinha o melhor aparelho de som, a melhor coleção de álbuns e uma mesa oficial de poker, daquelas octogonais com o perímetro de madeira especialmente designado para colocar moedas, dinheiro e cerveja.

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Não havia rake quando nós jogávamos, e nenhum de nós nunca tinha ouvido falar de rake. Se nós pedíssemos pizza, nós pagávamos por ela quando chegasse.

Um dos nosso caras, Dave, conheceu outro cara em um bar, Joe. Joe convidou Dave para um jogo de poker na sua casa. Dave queria que eu fosse também, então eu fui. O jogo era six-handed. Havia eu, Dave, Joe, a esposa de Joe e dois outros caras. Nós jogamos em uma grande mesa de jantar. Todas as apostas eram um dólar e nós jogamos com dinheiro. Joe sempre ia até o pote e tirava um dólar. As notas desapareciam debaixo da mesa. Eu olhei para Joe. “Para a pizza,” ele disse.

Da próxima vez que eu fui jogar poker na casa de Joe, havia dez jogadores, e todas as apostas e raises em todas as streets eram de $3. Isso era bem mais jogadores e dólares do que eu estava acostumado. E Joe continuava com seus dedos pegajosos. Eu estava muito assustado para dizer qualquer coisa.

Eu me levantei para ir ao banheiro e andei por traz de Joe, para dar uma olhada no dinheiro da pizza. Entre as pernas de Joe, preso por seus joelhos comum tambor, estava um pote de biscoito, que se enchia rapidamente com notas de 1 dólar.

Na época, por volta de 1981, eu li um livro de Frank Wallace chamado “Poker: Uma renda garantida por toda a vida.” Eu sempre relia contos do herói John Finn e como ele manipulava sua liga de jogos caseiros para conseguir extrair o máximo. Fiquei cativado pela filosofia de disciplina, agressão, esforço e espoliação. Um dia serei John Finn, eu sonhava.

E o alcance do meu sonho era maior que as mesas de cozinha de Ohio. Eu jogaria em Vegas. É lá que eu jogaria hold’em e stud. E jogaria draw poker também, em Gardena, Califórnia, próximo de Los Angeles. Esses eram os lugares para estar, jogar poker legalmente, publicamente. É o que dizia no livro. E a viagem de LA para LV não era tão longe. É o que dizia em meu mapa.

No fim do livro havia uma parte que eu só li umas duas vezes e depois parei, porque machucava meu sonho. Wallace falava sobre quanto me custaria jogar publicamente ao comparado com jogos caseiros. Principalmente porque eu pagaria rake e gorjetas para a casa. Adicionalmente haveria o dinheiro perdido invisível, na forma de dinheiro que os jogadores ruins trariam e perderiam para a casa antes de eu ter a chance de ganhar essa quantia.

Wallace disse que para jogar poker em tempo integral em Las Vegas ou Gardena custaria dezenas de milhares de dólares por ano. Ganhando ou perdendo. Dezenas de milhares. De dólares. Por ano. Como o dinheiro da pizza de Joe, mas mais dinheiro, e sem a pizza. Para preservar meu sonho, eu guardei essa informação no compartimento de negação da minha bagagem.

Em 1987 se tornou legalizado jogar hold’em e stud em casas privadas na Califórnia. Milhares de movas mesas capturavam a ação, cada uma equipada com uma caixinha. Era a corrida do rake da Califórnia.

Mas não parecia ser assim na época. Sempre que eu ouvia ou lia sobre a expansão das salas e dos loucos jogos da Califórnia, tudo o que eu pensava era em jogar neles. Então em 1997 eu fui, e tudo o que eu fiz foi jogar.

Pouco depois de chegar na Califórnia, eu desfiz minha bagagem. E fui para o fim daquele livro. Eu reli minha parte menos favorita, e calculei meu futuro, no estilo de Wallace, como um negócio:

Lucro Líquido + Despesas = Lucro Bruto.

Meu custo de vida (comida, aluguel, carro, etc.) seria de $40,000 por ano. É isso o que eu precisava de líquido. Meu custo de jogar (rake e gorjetas) também seria de $40,000 por ano (pizza não inclusa). Então, se eu quisesse manter meu mísero bankroll e permanecer sem quebrar, precisaria tomar decisões de apostas que fossem $80,000 por ano melhores que as de meus oponentes. Era exatamente como Wallace disse que seria. Metade dos meus ganhos seria para o aluguel da minha cadeira.

Então um dia enquanto jogava eu assistia o dinheiro fluir e me ocorreu que uma mesa de poker é como uma grande bacia. Cada um de nós derramava líquido (dinheiro) na bacia (a mesa). Então cada um de nós pegava um canudo, sentava ao redor da mesa, e sugava. Enquanto isso, no fundo da mesa, havia um buraco.

E o efeito do buraco parecia com isso:

Atualmente, eu já joguei mais de 1 milhão de mãos de poker ao vivo. A maioria destas mãos eu foldei, o que me deu tempo para sentar e pensar sobre os $500,000 que todo esse fold me custou em rake e gorjetas. Wallace me ensinou como pensar sobre isso da maneira correta. O rake não é uma coisa boa, e nem ruim. Nunca é justo, ou injusto. Mas é sempre parte da equação.

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