Especial – Um Ano de Black Friday

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Black FridayHá exatamente um ano, o governo dos EUA mudou completamente o mundo do poker online, para melhor ou pior.

Foi nesta data que o FBI e o Departamento de Justiça (DOJ) bloquearam os domínios dos sites PokerStars, Full Tilt e AbsolutePoker/UB (rede Cereus), sob acusações de fraude bancária, lavagem de dinheiro e empreendimento de jogos de apostas ilegais. Entre os onze nomes indiciados no processo, estavam fundadores e CEOs dos sites de poker e pessoas relacionadas ao processamento de pagamentos.

A primeira resposta das salas de poker afetadas foi redirecionar seus sites para domínios europeus, enquanto tentavam um acordo para recuperar os domínios .com.

Isso aconteceu dias depois com o PokerStars e Full Tilt, que concordaram em fechar suas portas para o mercado estadunidense. Já os sites da rede Cereus resolveram arriscar, e continuaram operando nos EUA até maio.

A maior preocupação dos jogadores de todo o mundo não era poder voltar a jogar, mas a situação do dinheiro em suas contas. Nesse ponto, apenas o PokerStars se mostrou capaz de resolver o problema, já que foi o único que provou cumprir as determinações das agências reguladoras, mantendo os fundos dos jogadores separados das contas do site. Por isso, menos de um mês depois da ação federal, conseguiu pagar mais de US$ 100 milhões aos jogadores dos EUA.

O mesmo não pode ser dito sobre o Full Tilt e os sites da rede Cereus, que tentaram continuar seus negócios como se nada tivesse acontecido. Na tentativa de controlar os inúmeros pedidos, saques em ambos os sites foram limitados, principalmente na Cereus, que limitou os saques para US$ 250 por semana, que mesmo assim não foram cumpridos.

No fim de maio, mais dez sites foram bloqueados pelo DOJ. O mais conhecido deles, Doylesroom, perdeu também seu maior representante, Doyle Brunson, que devido aos acontecimentos preferiu não ter seu nome ligado ao site. Meses depois, a sala encerrou suas atividades.

Enquanto o PokerStars se recuperava, mesmo perdendo aproximadamente 30% de seus jogadores e sendo forçado a diminuir as premiações garantidas de seus torneios, o Full Tilt afundava cada vez mais, enquanto a rede Cereus caia no esquecimento, perdendo 96% de seus jogadores após a notícia de que tinha apenas US$ 6 milhões em caixa para pagar os US$ 54 milhões que devia. O FTP chegou a realizar grandes eventos, como o Mini Series of Poker. Já sua nova série de torneios ao vivo, chamada Onyx Cup, nunca chegou a acontecer, pois em 29 de junho, sua licença de operação foi suspensa pela Alderney Gambling Control Comission (AGCC). Com isso, o site só tinha permissão para operar na França, mas esta licença também foi suspensa pouco depois. A AGCC agendou então para setembro uma audiência para decidir o destino do Full Tilt.

Desde então, o Full Tilt foi alvo de diversos escândalos e processos judiciais, até mesmo de seu maior representante, Phil Ivey, que abriu uma ação pedindo US$ 150 milhões por quebra de contrato e danos a sua imagem. Poucos meses depois, Ivey desistiu do processo, alegando que o Full Tilt já buscava reembolsar seus clientes. Alguns jogadores estadunidenses, sentindo-se prejudicados, também acionaram a justiça contra o FTP, e pouco depois, os advogados do site retiraram-se do processo, que em janeiro deste ano foi arquivado. Insatisfeitos, os mesmos jogadores abriram um novo processo nesta semana, desta vez contra Howard Lederer e Chris Ferguson.

As notícias sobre a segunda maior sala de poker online do mundo não eram boas. Descobriu-se que o FTP o site creditava dinheiro nas contas dos jogadores, mesmo que estes depósitos nunca tenham sido pagos, causando um gigantesco rombo de US$ 128 milhões.

Ao mesmo tempo, começaram a surgir os primeiros rumores sobre um grupo de investidores interessados em comprar o Full Tilt. Mais tarde, foi revelado que estes eram o Groupe Bernard Tapie, que entre outras empresas, já salvou a Adidas da falência.

Em setembro aconteceu a tão esperada audiência da AGCC sobre a licença do Full Tilt. Após algumas sessões e atrasos, a AGCC decidiu de que as licenças de operação do FTP seriam definitivamente revogadas.

Isso não interrompeu as negociações com o Groupe Bernard Tapie. Em novembro, o grupo anunciou que chegou a um acordo com o DOJ, em que os bens do Full Tilt seriam repassados para o DOJ, para depois serem vendidos por US$ 80 milhões para o GBT.

Até hoje, a tão esperada venda do site não foi concluída, apesar das promessas de que isso aconteceria em breve. Segundo os advogados do GBT, um dos motivos para isso seria que vários jogadores famosos, como Phil Ivey, David Benyamine, Mike Matusow, Erick Lindgren e Barry Greenstein, devem quase US$ 20 milhões ao Full Tilt, e o dinheiro de tais dívidas seria necessário para o acordo. O único destes a se declarar publicamente foi Greenstein, que falou que só pagaria sua parte caso este dinheiro seja usado para pagar os jogadores dos EUA.

Mas a esperança parece ter ressurgido no início deste mês, quando a Pocket Kings, uma das empresas responsáveis pelo Full Tilt, anunciou diversas vagas de emprego para o suporte do site. Além disso, outra empresa ligada ao FTP, chamada Orinic Limited, deu início ao processo de aquisição para uma nova licença junto a AGCC.

Enquanto o PokerStars já sanou seus problemas em relação à Black Friday e principalmente ao pagamento de seus clientes, o Full Tilt ainda luta para voltar a ativa e angariar os fundos necessários para o pagamento dos jogadores.

Já os sites Absolute Poker e UB, da rede Cereus estão entregues às moscas. O site continua ativo, apesar de apenas bots e jogadores ingênuos e desavisados jogarem em suas mesas. A última notícia que se teve da rede foi em outubro de 2011, quando Kahnawake Gaming Comission (KGCC), a agência que regulamenta as atividades da rede, divulgou que a empresa proprietária da Cereus deu início ao processo de venda da rede, mas até agora, nada mais se falou sobre isso.

Mas você não leu isso tudo apenas para relembrar os acontecimentos mais negros da história do poker online. Você também quer saber como estão hoje os acusados pelo Departamento de Justiça dos EUA.

Até o momento, algumas prisões já foram realizadas e acordos foram negociados. John Campos e Chad Elie, banqueiros indiciados no processo, foram presos e após se declararem culpados, pagaram fiança de US$ 25.000 e  US$ 250.000, respectivamente. Eles requisitaram um acordo judicial para reduzir suas penas, mas aguardam a posição do juiz.

Bradley Franzen, de uma empresa de processamento de pagamentos, se declarou inocente de nove acusações, incluindo fraude bancária e lavagem de dinheiro, pelas quais pagou uma fiança de US$ 200.000. Ele mais tarde se se declarou culpado e fez um acordo de cooperação, e agora aguarda sentença.

Ira Rubin, também relacionado ao processamento de pagamentos, foi preso em abril de 2011 e se declarou culpado de três das nove acusações em seu nome. Ele aguarda julgamento, que está agendado para o dia 17 de maio deste ano, e pode pegar entre 18 e 24 meses de prisão.

Além destes, a única pessoa diretamente ligada aos sites de poker que foi presa é Brent Beckley, diretor de pagamentos do Absolute Poker. Ele se declarou culpado de enganar bancos e aguarda julgamento para o dia 19 de abril. Beckley pode ser sentenciado em até um ano e meio de prisão.

Quanto à Isai Scheinberg (fundador do PokerStars), Ray Bitar (CEO do Full Tilt) e os outros acusados, não há nenhuma informação disponível.

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